Texto: Andrei
Junquilho
Como
desistir? Para mim, como para alguns outros "amiguinhos" meus, é uma
pergunta extremamente fácil de responder, mas a questão aqui é: "Será que dessa vez a Como desistir irá
desistir do rolê em Salvador?
O telefone
toca e olho na pequena tela de LCD do meu "chingling" e eis que vejo
o nome de BotÍnho (destaque para o acento no I para que a leitura soe bem fiel ao sotaque do pessoal de
"Ricife"). Ufa! Dessa vez os caras já tinham desembarcado em terras
com cheiro de uréia (lê-se Cidade de São Salvador).
Show
marcado para um horário bacana, mas de 100 erram-se 109 tentativas e mais uma
vez esse humilde e descarado pseudo-escritor/ colaborador estampo as linhas
desse blog com a palavrinha que mais tento achar sinônimos para disfarçar o
excesso da mesma em minhas resenhas, mas é difícil, então eis que com a tecla
"caps Lock" e separada com "hífens" destaco essa zica que
acompanha os eventos soteropolitanos.
O- A-T-R-A-S-O.
Já havia
perdido a noção de tempo, não por alteração da minha lucidez, mas por já estar
com bem sono, quando os filhos da puta da Eletric
Fish Kill Alligator - http://www.youtube.com/watch?v=zlVtbKJXwTs
-começam a tocar seu set. Banda nova, nomes bem conhecidos do cenário. Fabão,
Rogério e Rodrigo, me despertaram uma certa curiosidade ao ver que não havia
contra-baixo no bagulho e que tratava-se de algo instrumental, uma bela junção
para pejorativamente usarmos o prefixo de post. A banda soaria como o que? Post
Rock, Post Hardcore, Post Punk, Post qualquer porra? Legal o sonzinho dos
caras, apesar de modernoso (meus pré-conceitos com tudo que venha a parecer
indie). Um ponto a ser destacado é que apesar de o formato + nome da banda +
integrantes carismáticos (excluam Rogério dessa) + troncheira proposital +
troncheira por falta de ensaio, a banda agradou alguns transeuntes, vagabundos,
roqueiros modernos, roqueiros goguentos, punks hyppies, universitários,
malabares e todas as tribos sempre freqüentadoras do protótipo da Augusta
Soteropolitana.
Findada a
apresentação dos EFKA’s, os até a pouco tempo desistentes Recifenses do Como desistir?(PE) - http://soundcloud.com/comodesistir
- se preparam para se apresentar em terras soteropolitanas. Como desistir, após
passagem comprada? (se bem que na vez anterior as passagens estavam compradas),
pés em solos esburacados pelo banho de asfalto do nosso ex-crente e ainda
(infelizmente) prefeito João Henrique. Sem mais enrolações, pois não sou que
nem o Joãozinho "Viajante", então vai lá... Confesso que nunca nem
tinha ouvido a Como Desistir?, não imaginava como seria o som, mas por mera
displicência do que por vontade, e estive lá para conferir e conhecer o som dos
caras. Muitos amigos presentes e eis que começa o som. Estava bem cansado para
perceber detalhes que cercavam aquele evento, mas pude perceber que o bagulho
estava ensaiadinho e que o maior problema dos caras foi ter deixado o
"MIC" aberto para as falastronices do nosso grande amigo Toinho
"Malvadeza" que destilou todo seu veneno ao pessoal que faz banda em
SSA vai embora para Sampa e de lá faz música para a sua cidade, exaltando-a e
cheio de saudosismo, enfim... essa resenha é sobre o show das bandas e não pela
performance bêbada das piadas que Antonio soltava no microfone. Voltemos... Os
caras soaram para mim como algo mais emocional, guitars com bastante oitavadas,
vocal seguindo essa linha de som e bateria e baixo que intercalavam entre
partes mais hardcore/ punk e partes mais cadenciadas. Aparentemente os caras
estavam cansados, talvez da viagem? Não sei! Braytner, bem ao estilo Rodrigo, a
cada música dava uma explicação à letra, demonstrando todo cunho político
presente nas mesmas, além de mostrar ser um bom front man e um cara realmente carismático. Apesar de eu não ser
muito lá um ouvinte ferrenho do tipo de som que os caras fazem, e de poucas
bandas que seguem essa linha me agradarem, tive uma boa impressão, o que me fez
cair junto com eles na sessão Entorte no dia posterior. Lógico que também pelo
prazer da presença dos caras.
Após a Como
Desistir?, é a hora da Toy Destroyer.
Eu, particularmente, estava ainda mais curioso em ver a Toy Destroyer do que a
EFKA, em especial por ter um grande amigo e para mim um dos grandes
guitarristas que já tocaram comigo na banda. Sorte minha vê-lo assumir as
guitars novamente, pois assim como Cecelo (que para mim é o maior guitar de
SSA, um grande amigo e que também tocou comigo), Tchanka começou a tocar baixo.
Desperdício ver esses caras cometendo uma heresia dessas. Deixemos a rasgação
de seda de lado e vamos descer o pau nas bandas, pois agora será obrigatório,
já que alguns dos nossos poucos leitores que comentam os posts, acham que só
escrevemos coisas boas dos amigos etc. e tal. Detalhe que na resenha da
primeira banda a se apresentar destacou-se a falta de ensaio, mas vamos lá.
Foda-se se eu quiser falar bem ou falar mal, o importante é entreter e
exercitar a escrita para quem sabe eu poder largar a música de vez. Um dia tomo
coragem, hein? Encheções de chouriças deixadas de lado e a intro do show da Toy
Destroyer me agrada. Uma mescla de Hardcore com música Country sem soar
forçosamente macho como o Matanza. Apesar de não soar macho como o Matanza, a Toy
Destroyer não me agrada sonoramente assim como os cariocas do Matanza. A idéia
é boa, os arranjos de guitar na hora dos countrys são muito bons, Bitchuca
segura muito bem as linhas de baixo, Marquinhos estava muito preso cantando e
tocando (estou acostumado a vê-lo como vocal somente), e o batera que na minha
opinião é bem fraco, chegando às vezes a ser imperceptível a presença dele na
banda. Creio que um acréscimo de punch
e feeling poderiam ajudá-lo a fazer
uns arranjos melhores na batera, o que agregaria mais ao som. Vale ressaltar
que é uma opinião dada com um olhar mais clínico e não por gosto pessoal ou
qualquer coisa do tipo.
Tudo
correndo direito, nenhum equipo quebrado para a sorte de Rodrigo e chegava, teoricamente,
a vez da ultima apresentação da noite, a banda Ursa - http://vimeo.com/43431352
. Mulecada nova e ainda com muita coisa a aprender, além de beber e querer
ser igual a Fabão (rssssss), mas vejo uma certa vontade que o tempo vai fazer
os caras amadurecerem musicalmente e tornar o som melhor. A proposta é boa, as
influências dos muleques é igualmente boa, o fígado de Iago ainda está bom, mas
não tenho muito a falar sobre esse show. Além dos problemas de execução,
ocorreram alguns problemas na guitarra que ficava constantemente parando, e o
destaque para mim foi par Iago que estava extremamente bêbado e estava
segurando certinho as músicas da Ursa. Espero que numa próxima oportunidade, os
meninos estejam mais entrosados e menos nervosos, que executem melhor suas
canções, pois eu gostei da primeira audição da música que disponibilizaram na
internet, chegando até a comentar com o vocal que ele tinha uma boa
vocalização.
É isso! O tempo ajuda em tudo, ou destrói, né?
Na teoria o
show estava terminado, mas como de costume os fdps do Rogério e Rodrigo junto
com todos outros fdps (incluindo-me nessa patifaria) estendem a merda do
evento, fazendo uma jam session, que
meu momento como colaborador mais ativo nesse blog me forçam a desistir de
continuar com a resenha.
Eu vim para salvar o Rock, assim
como o GG Allin veio um dia.
Comentários
E como, você e minha querida amiga escatológica, Cristal, estão?
Ah... Valeu por me achar um bom resenhista. Acho que isso me motiva a querer deixar a musica. rssss
E vc também é um bom resenhita aqui do Toma, sua puténha.
estamos bem... andando nas nuvi de mãe diná! acho q vc deve levar a escrita mais a serio na sua vida, mas naum deve largar a musica! hehe
dudu: suas criticas nem são tão duras assim, nem se vanglorie!
não posso dizer que nao cumpri meu papel, ja q fui ameaçado pela accr industry corporation...
Tô pensando nas férias e visitar vocês. Que acha? Teria uma vaga no quarto do cachorro para dormir e uma vaga para cobrador de chalana para trampar?
É, meu pau também não é tão duro assim...então tá tudo em casa.