
Marcado para as 14 horas, o Festival de 09 anos do selo Estopim teve um atraso considerável, contudo nada que tirasse o brilho do que estava se celebrando naquela tarde/noite de domingo. A Boomerangue abre as suas portas, para aqueles que aguardavam ansiosos o início das comemorações, no 1º piso onde foi improvisada uma "sala de cinema", Fabiano Passos (Estopim Records) anuncia o início das atividades com a exibição do documentário AFROPUNK, que retrata um pouco da realidade dos jovens negros que fazem parte do meio hardcore/punk norte americano. Muitos relatos de integrantes de bandas e pessoas inseridas no meio, considerações, anseios, um retrato de como é e de como deveria ser o meio contra-cultural, na visão dos entrevistados. Um documentário realmente interessante, dinâmico e que ainda conta com cenas de shows de bandas de hardcore/punk que têm membros negros.
Abrem-se as portas de acesso ao 2º piso, onde ocorreu todos os shows, já a postos estavam eles após 01 ano fora dos palcos DIANTE DOS OLHOS, a banda como a 01 ano atrás mantém a mesma formação, executou músicas que saíram no split "Transformando a distância em possibilidades", além de músicas da sua demo (S/T). Além disso, mostraram para o público que nesse 01 ano sem shows, não ficaram parados e sim produzindo, tocaram diversas músicas novas, inclusive uma composta por Silvio, da banda sergipana Demonkrätzie. As músicas estão diferentes das músicas do split que soavam mais melódicas e oitavadas, agora estão mais pesadas e rápidas, pena que o público ainda estava frio e acanhado e ficou apenas observando a apresentação da banda. Ficamos no aguardo de mais shows e de um possível lançamento para 2009.
Falando em lançamento a segunda banda a subir ao palco, HOMEM METEORO, estava ali lançando seu EP intitulado "A saga do incrível Homem meteoro", gravado no Estúdio da Estopim Records. Ainda não tive tempo de ouvir o EP, contudo pelo que se pôde ver da apresentação dos caras é certeza que "A Saga do incrível homem meteoro" é um excelente lançamento de 2008. A desenvoltura dos integrantes da banda é ímpar, parece combinar com o som caótico que a banda faz, expressões faciais, interação com o público, tudo isso marcou o show da Homem Meteoro, creio que justamente por esses ponto o público se soltou mais, interagindo assim com a banda.
Com o público já em estado de ebulição a YUN FAT, fez um dos melhores shows do festival. Irreverência seria a palavra que melhor pode definir a banda, porém seria um pecado resumi-los a isso. É difícil escolher no show dos caras se você dança, dar risada ou fica de boca aberta vendo a qualidade musical destes, eu tento fazer os três. Tocando praticamente o mesmo repertório do show do Boom Bahia, a Yun Fat mostra porque é forte concorrente a ganhar o prêmio Bahia de todos os rocks, além de músicas próprias e a versão de "Sunday bloody Sunday", que constam no CD "Actions movie stunts get to die", tocaram músicas novas que já dão uma prévia de que o segundo material não deverá nada ao primeiro. A mistura de Bossa Nova com Metal e Grind, juntado com a malemolência do público soteropolitano fez do Boomerangue uma verdadeira pista de dança.
Parecia que agora a festa iria ficar quente, todos animados a espera da próxima banda quando sobe ao palco os representantes da velha escola do punk baiano PASTEL DE MIOLOS, com mais de 14 anos de estrada, ainda continuam ativos e tocando um punk rock cru, com umas pegadas de ska, e claro, hardcore. Porém, parece que não agradou muito o público presente, visto que nitidamente os que ali estava morgaram e procuraram os sofás do recinto para descansar. A banda no finalzinho ainda tocou um "blitzkrieg bop" da nova-iorquina Ramones, porém nem isso animou os que ali estavam.
Quando a A SANGUE FRIO entrou em cena, o pessoal ainda estava disperso, porém foi começarem a tocar a primeira canção que o público, meio acanhado, começaram a se aglutinarem frete ao palco. O show foi basicamente uma reunião, pois o baixista Jonas, não reside mais em Salvador, o que tem impossibilitado a banda de realizar shows freqüentes ou até mesmo ensaios, porém a energia que a banda passa supera tudo isso. Tocando músicas do belíssimo "Sonetos de Asfalto" e do recém lançado "Uma vida é muito pouco", a A Sangue frio, ainda não tinha atingido o objetivo de fazer todos dançarem para revolução, mas depois do puxão de orelha de Fabiano o público se soltou, e aí foi um verdadeiro baile, um comentário interessante, também feito pelo Fabiano, em relação ao fato de que a alguns anos atrás na frente do palco existia público, hoje em dia existem fotógrafos, adorei isso, pois é exatamente o que penso (nada contra a fotógrafos), porém é meio chato ver uma galera tirando foto, outros apenas de braços cruzados, legal é ver todo mundo rolando no chão, se sujando, suando, sendo feliz, afinal uma vida é muito pouco!
Com as Pick-ups já prontas, agulha preparada e o conceituado Dj Leandro começa a riscar os disco: VERSU2! O grupo de rap formado por Rangel A.K.A. Blequimobiu e Coscarque vem mais uma vez mostrar que nem só de hardcore vive o homem, e mais que o barulho que os caras fazem é tão intenso quanto as guitarras distorcidas. Quem esperava por um rap pessimista, com letras falando de miséria e pobreza caiu do cavalo, a proposta da Versu2 é totalmente oposta a isso, com bases dançantes rimas que falam sobre diversão e positividade marcam a banda. Diferente da gravação que rola no MySpace (http://www.myspace.com/versu2), a música na caminhada ganhou uma nova roupagem com a excelente base do Jurassic 5. Sem sombra de dúvidas a Versu2 não deixou a peteca cair e fez um show contagiante.
Termina a apresentação da Versu2 e Dj Leandro continua em seu posto, todavia chega ao seu lado Dj Igor(?) formando uma excelente dupla de Djs, e eis que sobe ao palco ele lançando o CD "Entre verso e prosa" DAGANJA. Integrante do conhecido grupo de rap Afrogueto, Mc Daganja em seu projeto solo mostra que manda tão bem quanto no Afrogueto, onde divide vocais com Osório e Kiko. As bases utilizadas foram bem escolhidas, umas misturando o samba de raiz com rap, além de umas mais pesadas, dando um clima mais gangstar na parada. Rima pesada, sincera e bem encaixada, como diz na gíria: O cara tem o flow! O show foi repleto de participações especiais: Osório (Afrogueto), MC Vitor (Cuba), Dimak e um dos MCs da banda de Ilhéus o Quadro, o qual me falha o nome, mostraram que o rap baiano não só está forte, como está unido.
Agora momento nostalgia. Eles que acabaram mas que de vez em quando dão o ar da graça: MAIS TRETA. Power trio straight-edge, que dessa vez não se apresentou com sua formação original, tendo no baixo Túlio Xavier. Músicas pequenas com títulos gigantes, característica dessa banda que fez os presentes esquecer o cansaço e se debaterem entre si. Hardcore da melhor qualidade, rápido e com vocal embolado, não se fazem mais bandas como esta. Os caras ainda tocaram música nova, será que agora com essa nova formação voltam novamente a fazer mais shows? Espero sinceramente que sim, pois Salvador precisa disso: simplicidade, velocidade e sujeira!
Para finalizar a noite LUMPEN. Basicamente deram uma prévia do que será o próximo lançamento deles, um CD de covers homenagiando bandas que influênciaram os integrantes, entretanto, tocaram ainda músicas do CD "Pelo bem da humanidade diga não a paz", sucesso de vendas e totalmente esgotado. Os covers tiveram um toque especial nessa apresentação. O cover da No Deal, foi convocado a subir ao palco o Dimak, que fez parte do grupo; Na versão de "Na caminhada" (Versu2), foram convocados Rangel e Coscarque, essa versão ficou digna de filme de gangstar, hardcore ganguêro no melhor estilo NYHC; Cover de Escato, uma das pessoas mais simpáticas do underground, que a tempos não via, o Nal (Escato). Ainda teve covers da Lisergia, Adcional e Scooter Brigade, onde Robson "velho" re-lembrou os tempos onde tocava guitarra. Quem esperou até o fim foi agraciado com essa verdadeira celebração ao underground, e o melhor ainda deu tempo de pegar o transporte e chegar em casa num horário legal.
PARABÉNS ESTOPIM RECORDS POR ESSES 09 ANOS DE INDEPENDÊNCIA POR OPÇÃO, E PARABÉNS POR MAIS ESSA EDIÇÃO DO ESTOPIM FEST, QUE COM CERTEZA FICARÁ MARCADA NA MEMÓRIA DE MUITOS.
Abrem-se as portas de acesso ao 2º piso, onde ocorreu todos os shows, já a postos estavam eles após 01 ano fora dos palcos DIANTE DOS OLHOS, a banda como a 01 ano atrás mantém a mesma formação, executou músicas que saíram no split "Transformando a distância em possibilidades", além de músicas da sua demo (S/T). Além disso, mostraram para o público que nesse 01 ano sem shows, não ficaram parados e sim produzindo, tocaram diversas músicas novas, inclusive uma composta por Silvio, da banda sergipana Demonkrätzie. As músicas estão diferentes das músicas do split que soavam mais melódicas e oitavadas, agora estão mais pesadas e rápidas, pena que o público ainda estava frio e acanhado e ficou apenas observando a apresentação da banda. Ficamos no aguardo de mais shows e de um possível lançamento para 2009.
Falando em lançamento a segunda banda a subir ao palco, HOMEM METEORO, estava ali lançando seu EP intitulado "A saga do incrível Homem meteoro", gravado no Estúdio da Estopim Records. Ainda não tive tempo de ouvir o EP, contudo pelo que se pôde ver da apresentação dos caras é certeza que "A Saga do incrível homem meteoro" é um excelente lançamento de 2008. A desenvoltura dos integrantes da banda é ímpar, parece combinar com o som caótico que a banda faz, expressões faciais, interação com o público, tudo isso marcou o show da Homem Meteoro, creio que justamente por esses ponto o público se soltou mais, interagindo assim com a banda.
Com o público já em estado de ebulição a YUN FAT, fez um dos melhores shows do festival. Irreverência seria a palavra que melhor pode definir a banda, porém seria um pecado resumi-los a isso. É difícil escolher no show dos caras se você dança, dar risada ou fica de boca aberta vendo a qualidade musical destes, eu tento fazer os três. Tocando praticamente o mesmo repertório do show do Boom Bahia, a Yun Fat mostra porque é forte concorrente a ganhar o prêmio Bahia de todos os rocks, além de músicas próprias e a versão de "Sunday bloody Sunday", que constam no CD "Actions movie stunts get to die", tocaram músicas novas que já dão uma prévia de que o segundo material não deverá nada ao primeiro. A mistura de Bossa Nova com Metal e Grind, juntado com a malemolência do público soteropolitano fez do Boomerangue uma verdadeira pista de dança.
Parecia que agora a festa iria ficar quente, todos animados a espera da próxima banda quando sobe ao palco os representantes da velha escola do punk baiano PASTEL DE MIOLOS, com mais de 14 anos de estrada, ainda continuam ativos e tocando um punk rock cru, com umas pegadas de ska, e claro, hardcore. Porém, parece que não agradou muito o público presente, visto que nitidamente os que ali estava morgaram e procuraram os sofás do recinto para descansar. A banda no finalzinho ainda tocou um "blitzkrieg bop" da nova-iorquina Ramones, porém nem isso animou os que ali estavam.
Quando a A SANGUE FRIO entrou em cena, o pessoal ainda estava disperso, porém foi começarem a tocar a primeira canção que o público, meio acanhado, começaram a se aglutinarem frete ao palco. O show foi basicamente uma reunião, pois o baixista Jonas, não reside mais em Salvador, o que tem impossibilitado a banda de realizar shows freqüentes ou até mesmo ensaios, porém a energia que a banda passa supera tudo isso. Tocando músicas do belíssimo "Sonetos de Asfalto" e do recém lançado "Uma vida é muito pouco", a A Sangue frio, ainda não tinha atingido o objetivo de fazer todos dançarem para revolução, mas depois do puxão de orelha de Fabiano o público se soltou, e aí foi um verdadeiro baile, um comentário interessante, também feito pelo Fabiano, em relação ao fato de que a alguns anos atrás na frente do palco existia público, hoje em dia existem fotógrafos, adorei isso, pois é exatamente o que penso (nada contra a fotógrafos), porém é meio chato ver uma galera tirando foto, outros apenas de braços cruzados, legal é ver todo mundo rolando no chão, se sujando, suando, sendo feliz, afinal uma vida é muito pouco!
Com as Pick-ups já prontas, agulha preparada e o conceituado Dj Leandro começa a riscar os disco: VERSU2! O grupo de rap formado por Rangel A.K.A. Blequimobiu e Coscarque vem mais uma vez mostrar que nem só de hardcore vive o homem, e mais que o barulho que os caras fazem é tão intenso quanto as guitarras distorcidas. Quem esperava por um rap pessimista, com letras falando de miséria e pobreza caiu do cavalo, a proposta da Versu2 é totalmente oposta a isso, com bases dançantes rimas que falam sobre diversão e positividade marcam a banda. Diferente da gravação que rola no MySpace (http://www.myspace.com/versu2), a música na caminhada ganhou uma nova roupagem com a excelente base do Jurassic 5. Sem sombra de dúvidas a Versu2 não deixou a peteca cair e fez um show contagiante.
Termina a apresentação da Versu2 e Dj Leandro continua em seu posto, todavia chega ao seu lado Dj Igor(?) formando uma excelente dupla de Djs, e eis que sobe ao palco ele lançando o CD "Entre verso e prosa" DAGANJA. Integrante do conhecido grupo de rap Afrogueto, Mc Daganja em seu projeto solo mostra que manda tão bem quanto no Afrogueto, onde divide vocais com Osório e Kiko. As bases utilizadas foram bem escolhidas, umas misturando o samba de raiz com rap, além de umas mais pesadas, dando um clima mais gangstar na parada. Rima pesada, sincera e bem encaixada, como diz na gíria: O cara tem o flow! O show foi repleto de participações especiais: Osório (Afrogueto), MC Vitor (Cuba), Dimak e um dos MCs da banda de Ilhéus o Quadro, o qual me falha o nome, mostraram que o rap baiano não só está forte, como está unido.
Agora momento nostalgia. Eles que acabaram mas que de vez em quando dão o ar da graça: MAIS TRETA. Power trio straight-edge, que dessa vez não se apresentou com sua formação original, tendo no baixo Túlio Xavier. Músicas pequenas com títulos gigantes, característica dessa banda que fez os presentes esquecer o cansaço e se debaterem entre si. Hardcore da melhor qualidade, rápido e com vocal embolado, não se fazem mais bandas como esta. Os caras ainda tocaram música nova, será que agora com essa nova formação voltam novamente a fazer mais shows? Espero sinceramente que sim, pois Salvador precisa disso: simplicidade, velocidade e sujeira!
Para finalizar a noite LUMPEN. Basicamente deram uma prévia do que será o próximo lançamento deles, um CD de covers homenagiando bandas que influênciaram os integrantes, entretanto, tocaram ainda músicas do CD "Pelo bem da humanidade diga não a paz", sucesso de vendas e totalmente esgotado. Os covers tiveram um toque especial nessa apresentação. O cover da No Deal, foi convocado a subir ao palco o Dimak, que fez parte do grupo; Na versão de "Na caminhada" (Versu2), foram convocados Rangel e Coscarque, essa versão ficou digna de filme de gangstar, hardcore ganguêro no melhor estilo NYHC; Cover de Escato, uma das pessoas mais simpáticas do underground, que a tempos não via, o Nal (Escato). Ainda teve covers da Lisergia, Adcional e Scooter Brigade, onde Robson "velho" re-lembrou os tempos onde tocava guitarra. Quem esperou até o fim foi agraciado com essa verdadeira celebração ao underground, e o melhor ainda deu tempo de pegar o transporte e chegar em casa num horário legal.
PARABÉNS ESTOPIM RECORDS POR ESSES 09 ANOS DE INDEPENDÊNCIA POR OPÇÃO, E PARABÉNS POR MAIS ESSA EDIÇÃO DO ESTOPIM FEST, QUE COM CERTEZA FICARÁ MARCADA NA MEMÓRIA DE MUITOS.
Na foto: Homem Meteoro
Ouçam as bandas que se apresentaram:
HOMEM METEORO: http://www.myspace.com/homemmeteoro
YUN FAT: http://www.myspace.com/yunfat
PASTEL DE MIOLOS: http://www.myspace.com/pasteldemiolos
A SANGUE FRIO: http://www.myspace.com/asanguefrio
VERSU2: http://www.myspace.com/versu2
DAGANJA: http://www.myspace.com/mcdaganja
Comentários
O show foi sem comentários,e a resenha tb é
Abraços!
Andrei e Familia HM
Muita luz pra vc, vou linkar seu blog, classe A!
Resenha fantástica, revivi tudo!
Isso é pra quem acredita!
Valeu!!