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Cobertura: Abril Pro Rock 2012 - Segundo Dia



TextoxDudux
Fotos: Rafael Passos

Abril pra mim é um mês especial, é o mês que acontece em Recife, religiosamente, o maior festival rock do Nordeste o Abril Pro Rock. Esse ano seria ainda mais especial pelo fato do festival está completando 20 anos e o line up ter sido uma gostosura. Estilos diversificados em 03 dias de festival, coisa linda de se ver.

Parti pra Recife na sexta feira, dividindo espaço no avião com vários fãs de Paul Mccartney, nada contra até porque meu amigo do escritório estava indo para esse show, porém óbvio que não trocaria um segundo de show do APR por 3 horas desse véio descarado. Na sexta rolou no APR Los Hermanos, A Banda Mais Chata da Cidade e outra porra lá, claro que passei longe do Chevrolet Hall nesse dia. Meu amigo "Mago" me levou pra um lugar bem aconchegante, o Iraq, e tive uma noite deliciosa e divertida.

Sábado a empolgação era extrema, queria logo que chegasse a hora de ir para o Chevrolet Hall e ver meus amigos, sim o APR pra mim é a melhor oportunidade de ver todos os meus amigos e conhecidos do Nordeste de uma vez só, é gente de todas as partes, pessoas que geralmente mantemos contato pela internet e chegando no Chevrolet Hall não foi diferente, abraços...beijos...risadas, coisa boa de se fazer, coisa boa se se ver. Problema nenhum em comprar meu ingresso, a organização do Festival está de parabéns, tudo bem seguro, sem stress e sem neurose. De fora dava pra ouvir que a primeira banda dava seus primeiros acordes e ai resolvi entrar.

Sim, a Pandemmy (PE)http://www.myspace.com/pandemmy - já estava no palco e fiquei meio de longe só observando a apresentação dos caras, aproveitei pra dar uma olhada nas banquinhas/stands montados, que achei até escassos, poderia ter uma feirinha maior com mais diversidades de produtos e preços, pois tinha algumas coisas com preços absurdos. Garanti logo meu vinil do Test, vermelhinho e lindinho. Voltando ao show da Pandemmy, os caras mandam um metal bem técnico, claro se é metal é técnico (kkkk), não é bem isso, os caras são mais técnicos que o normal e pra mim beirava a chatice, empolgou apenas na última música, que foi um cover de um clássico do Sepultura, "Troops of Doom".



Na sexta feira eu conversava com “Mago” sobre qual seria a demência genial que os caras do Test (SP) - http://www.myspace.com/testdeath - fariam no APR, talvez impressionassem até por não fazer nada, apenas um show normal. Claro que não fizeram isso, afinal é o Test o duo mais insano do underground, formado por João Kombi (Are you God?) e Barata (DER). Logo quando adentrei o Chevrolet Hall vi que tinha uma bateria solta no meio do salão, de pronto saquei...o show do Test vai ser aqui e de fato foi ali mesmo, no chão, sem divisões como estamos habituados...nada de palcos grandes e pompa, apenas simplicidade e agressividade. De costas para o público, João Kombi escaldava tudo com sua guitarra em notas bem quebradas, a galera se esbaldava rolando no chão e dando uns stage dives, era difícil saber quem estava mais ensandecido dentre os presentes. O show contou ainda com a participação mais que especial de James (Facada/CE) nos vocais de uma das músicas do duo, James também colabora na maioria das faixas no compactos dos caras. A apresentação do Test impressionou e deixou os desavisados boquiabertos. Claro que esse foi o melhor show de todo o festival, não apenas musicalmente (isso é o que menos importa pra mim) mas pela energia do show


A terceira banda a subir ao palco do foi a Firetomb (PE) - http://www.myspace.com/firetomb - outra banda local que não deveu nada para as bandas de fora. Som coeso, fazendo aquela linha do Thrash Metal clássico e claro, bem técnicos. Já tinha visto o show dos caras no Cinzas Rock desse ano e minha opinião continua a mesma: Uma banda boa, com músicos bons, mas que não me empolga nenhum pouco. Mas isso já é questão de gosto pessoal mesmo.



Após o Firetomb, sem muita chorumela sobe ao palco um powertrio de primeira qualidade, são os paulistas do Leptospirose (SP) - http://www.myspace.com/leptospirose - Esse é o segundo show que vejo dos caras, a primeira vez que os vi, faz alguns anos, foi na passagem deles por Salvador e desde essa vez me encantei com a maestria musical aliada a uma espontaneidade ímpar. Mesmo no grande palco do Chevrolet Hall, para não sei quantas mil pessoas a banda manteve essas duas qualidades citadas, torna-se impossível falar do Leptospirose e não pagarpau para Velhote (baixo), são raros os baixistas que conseguem tocar hardcore na velocidade que ele toca sem usar palheta, o cara é genial! O som, ao menos pra mim, estava estranho na hora dos caras, acho que nas outras bandas estava melhor, mas nem isso foi capaz de abalar o show dos caras, que mandaram ver com clássicos como "Aqua Mad Max", "Sanduíche de Pimenta" e "O instrumental desse som vai pro I Shor Cyrus e a Letra que se foda pra quem é, nem vale a pena tocar nesse assunto", talvez pronunciar o nome dessa última demore mais do que a própria música. O único ponto negativo da apresentação dos caras foi a truculência de um dos seguranças do evento, que foi extremamente criticada por Quique (Vocal/Guitarra), o que demonstra que o cara apesar de está tocando estava atento ao que se passava com o público. Pra piorar a situação o babaca do segurança meio que "perseguiu" o muleque com o qual discutia, entrando no pit um com uma baqueta na mão, acompanhado de outro babaca com um cacetete!!! Esse com certeza não é o tipo de segurança que se espera num festival como o Abril Pro Rock, acho que é algo que deve ser conversado para que situações como essa não se repita nas próximas edições, no mais o segurança não achou o muleque e tudo ficou na paz, até porque se ele achasse e fizesse algo o barato ia ficar loco pra ele, sacomé né? Nordeste Hardcore/Nordeste Punk!A Leptospirose me fez orgulhoso nesse dia, pois vi mais uma banda underground mandando muito bem e é como os próprios caras dizem "Não é absolutamente necessário ter ritmo e melodia para haver música", acho que com esse show 220V dos caras deu pra perceber isso.



Desacelerando um pouco o ritmo, mas sem perder o vigor a Hellbenders (GO) - http://www.myspace.com/hellbendersbr  - se apresentou no APR 2012.  A banda é de Goiânia e sem massagem digo que é uma cópia do Black Drawing Chalks, da mesma cidade. Vocês podem me dizer que é o estilo local, rock goiano, que é apenas influência...mermaum, pra mim é cópia barata. Inclusive, pela capa do CD Hellbenders, "Smashin Cars Chasin Stars" já dá pra perceber isso, você olha a capa e já sabe que vai ouvir algo na linha do Black Drawing Chalks. A banda não é ruim, faz uma stonêra gostosa, mas ainda prefiro o Black Drawing Chalks. Ah, mas deu pra bater o pé.



Tudo estava levemente calmo até abrir a cortina preta do palco do APR e os escrotos italianos começarem a desferir sua grindêra quebrada, torta e intensa. O Cripple Bastards (ITA) - http://www.cripple-bastards.com - já era motivo de comentários antes mesmo de sua apresentação, polêmicas sempre paíram sobre essa banda, chega a ser até clichê, então pulemos isso e vamos ao show. O show foi exatamente o que eu esperava Giulio "Bastards" com sua cara de psicopata em potencial metendo medo e uma música quase que colada na outra, sem muito papo e sem muita historinha. A pista, acompanhando a banda, estava agressiva e gostosa de se ver, aqui pra nós, não dar pra ficar apático enquanto os caras tocam "Italia di Merda" e "Misantropo a Senso Unico", sem contar que todo o set da banda foi executado com extrema competência e brutalidade, como era de se imaginar.



Difícil pro Ratos de Porão (SP) - http://www.myspace.com/ratos - que vinha logo depois do massacre sonoro dos grindêros italianos? Não mesmo!Ali agora estava subindo ao palco uma das melhores bandas de hardcore da América Latina, comemorando 30 anos de carreira e com muito respaldo, sem contar que em todo show poderia se ouvir uníssono "Ratos Ratos Ratos"...o que falar dessa banda? O que falar desse show sem chover no molhado? Tá, vamos a essa difícil missão. O maior circle pit da noite foi o do show do Ratos de Porão, a galera estava bem mais agressiva no show do Ratos de Porão e a única banda que reclamou do som foi o Ratos de Porão (rsrsrsrs). Pelo que entendi o som em cima do palco estava bem ruim, com eco, para galera achei o som bom, bem melhor que o do Leptospirose, por exemplo, mas eles que estavam em cima do palco que sabem a merda que estavam passando, mas isso não fez com que a banda desgostasse de estar ali, estava estampado nas faces dos integrantes a felicidade em estar tocando no festival e para aquelas pessoas ali presentes, ai você fica até feliz de ter viajado SSA/REC pra ver um show bom desses. O set não me agradou muito, pois foi bem semelhante ao set do "Ao Vivo 1992", inclusive era até previsível quais músicas iam ser tocadas, como o cover do Extreme Noise Terror, apenas para exemplificar. A parte boa disso é que deu pra ouvir a dobradinha infernal "Morrer/Mad Society" e teve músicas diversas ao desse álbum citado, como a bem escolhida "Testemunhas do Apocalipse". Thrashêras como "Amazônia Nunca Mais" e "Sofrer" fizeram parte o set, assim como, as batidas e já cansadas "Aids, Pop, Repressão" e "Crucificados pelo Sistema", beleza que são clássicos mas...já deu né? Poderia ter mandado uns covers do "Feijoada Acidente Internacional", tem cada cover foda ali que sempre quis ver ao vivo. No mais, ratos é ratos e nunca decepciona.



Agora era hora de realizar meu sonho de adolescência, sim eles estavam ali em minha frente, devidamente mascarados e mostrando seu grind/hardcore para todos que estavam no Chevrolet Hall. Brujeria (MÉX) - http://www.brujeria.com - cheia de mistérios, cheia de ideais que chocam/incomodam a sociedade, mas cheia de fãs loucos para ver La Raza Méxicana a banda fez o que já era de se esperar, um passeio por todos os álbuns, desde o clássico "Raza Odiada" ao primeiro "Matando Güeros", para não deixar ninguém insatisfeito. "Colas de Rata" fez a galera se desgraçar no Pit, mas lindo mesmo foi ver o público interagindo com a banda em "Consejos Narcos". Outra que também empolgou foi a "Cruza La Frotera", sem contar "Hechando Chingasos" que fez o Chevrolet Hall tremer, todavia o ponto máximo do show foi quando os caras convidaram João Gordo (Ratos de Porão) para cantar "La Migra", muito foda!!!!Fecharam a apresentação em grande estilo e legalizando tudo com uma versão de "Macarena", que ganhou o nome de "Marijuana" na versão do Brujeria..."Ê MARIJUANA HAI!!!"




Cansado, fudido e esgotado eu estava ali, ainda em pé, pra ver o show do Exodus (EUA) - http://www.myspace.com/exodus - banda clássica de Thrash Bay Area que segurou os seus fieis fãs até o final. Como eu não sou fiel e nem fã, não agüentei ver o show todo, acho que pra um festival o set poderia ser menor, pois da metade pro fim do show já estava bem chato e ai fui me sentar e acompanhar pelo telão, entretanto, o público fanático não arredava pé e bangerava até umas horas. O babaca do segurança quis aparecer de novo no show do Exodus, mas Rob Dukes (Vocal) não deixou ele se criar e deu pra entender muito bem quando ele literalmente expulsou os seguranças cuzões, ai foi lindo, rolaram uns stage dives gostosos no show e o gordinho ficou ainda mais empolgado do que já estava à frente dessa banda lendária e ícone do thrash metal.
Antes de acabar o show do Exodus eu saí do Chevrolet Hall, mas ai na próxima postagem eu conto o porque.

Link para os vídeos:

Pandemmy:

Test:

Firetomb:

Leptospirose:

Cripple Bastards:

Ratos de Porão:

Brujeria:

Exodus:

Comentários

Felipe Franca disse…
Hellbenders nem é tão cópia assim do BDC, é um pouco mais sujo e menos melódico, pelo menos foi a impressão que tive no show deles quando abriram pro Kyuss.

E inveja da porra, realmente tava fuderoso esse line-up do Abril, quem sabe ano que vem eu suba.
Eduardo disse…
De fato Psyco, é mais pancada mesmo!!!!

Oxe, ano que vem vamos porra...fica lá em casa e ainda faz a resenha hehehehehe :p


Só frisando, meu amigo Ícaro (http://negativementalattitude.wordpress.com/) acabou de me falar que errei nas ordens dos shows...

Hellbenders foi antes do Leptospirose que emendou com o Cripple Bastards, mas cês tão ligado que a resenha vai ficar do jeito que tá mermu né? heheheheh
Andrei disse…
Cripple Bastards gasta na do povo e o povo come as pilhas dos caras. Giulio é o maior demente que já ouvi. Queria ver, mas condições financeiras não permitiram.
Foda!
Eduardo disse…
Foda man e ele é doentão mesmo!!!!

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