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O Festival Hip Hop Resistência, reuniu no dia 21 de Agosto grandes nomes do rep nacional e local. Dizer que o Festival foi um festival de Hip Hop seria pouco, já que além de unir os quatro elementos do Hip Hop - Break, Graffit, MCs e Djs - a organização trouxe para o festival uma etapa da Copa Nordeste de Skate e o Campeonato de Luta Livre, organizado pela WFE. Fora isso ainda haviam estandes com venda de camisas, exposição de bikes Lowrides na 1ª Art Bike Club Lowrider em Salvador e exposição de Tattoo organizada pelo Studio de Arte. Atrativos não faltaram para esse Festival. A organização está de parabéns por toda a divisão dos espaços onde ocorriam as atividades do festival, principalmente a logística das apresentações das bandas, pois com dois palcos tendo atrações intercaladas, em nenhum momento o público ficava sem atrações musicais.



O primeiro grupo a se apresentar foi A Febre – http://www.myspace.com/afebre -, grupo do bairro da Boca do Rio. Apesar do pouco público ainda no local, a galera mandou seu recado, quem não chegou cedo perdeu de ouvir uma das vozes mais lindas que já ouvi no rep baiano, a cantora Link tem uma voz bem encaixada e é detentora de um lirismo invejável. A qualidade da voz dela fica mais perceptível nas faixas "Eu não posso desistir" e "Verdadeiro Amor".



Ainda no palco alternativo, a Fase Ideológicahttp://www.myspace.com/faseideolgica - começa sua apresentação com o um público já considerável. O rep feito pelos caras segue aquela fórmula de rep mais tradicional, as batidas pesadas e letras relatando o cotidiano da quebrada dos caras, e claro protestando contra o que os incomodam. A galera ainda estava tímida na pista, apenas observando a apresentação dos caras.



O palco principal já estava pronto, e mais pronto ainda estava o Quatro Preto - http://www.myspace.com/quatropreto -, que chegaram empolgados e passando parte dessa empolgação para o público presente, a palavra de ordem era fazer aquele mundão de pessoas se divertirem. E os caras conseguiram com bastante competência fazer isso. Na faixa "Favela Chora", os caras usaram uma base excelente, porém arrisco-me a dizer que a banda deveria seguir a linha da última faixa do show, onde misturaram ao rep um ragga altamente dançante, que deve ser influência do DJ Raiz no grupo. Além disso, os caras têm uma música que citam diversos representantes do rep baiano que achei bem interessante. No final do show rolou uma participação de Serginho (Adão Negro).



Invadindo o palco, diversos B-Boys e B-Girls, demonstraram um pouco de dança de rua para o público presente, que aplaudiu de forma efusiva a apresentação do Grupo Independente de Rua Break & Street Dance, não era para menos o que eles fizeram naquele palco é para se aplaudir e muito. Enquanto isso o MC Daganja se preparava para inciar sua apresentação no palco alternativo.



Seria leviano dizer que o Daganja – http://www.myspace.com/mcdaganja - se apresentou no Hip Hop Festival, o cara aproveitou o espaço e oportunidade para colocar no Festival a Família Coro de Rato, estavam no palco MC Fall, Mc Kiko, a galera da percussão, o trompetista, Dj Indio e Dj Leandro, todos confraternizando aquele momento memorável, onde a pista em peso curtia junto. Fall, sempre empolgante, puxava a galera para participar daquilo tudo. Daganja apresentou algumas músicas novas, além das faixas do seu cd de estréia "Entre versos e prosas".



Ao final do show do Daganja, Dj Indio ficou "brincando" nas pick ups, esquentando a pista com várias músicas da velha e nova escola do rep. Teve espaço para Apocalipse 16, Kamau, Costa a Costa e muito mais.



Com a pista quente, direto da CDD o Mensageiro da Verdade retorna a Salvador após um hiato de quatro anos. Com sua genialidade, Bill não se contenta apenas em cantar em cima das bases do DJ, ele trás um baterista e até mesmo um violinista, além da magnifíca e abusada Kmila CDD, que demonstra no mic todo o poder das mulheres no rep. MV Bill - http://www.myspace.com/mvbill -, mesclou sons do seu mais novo álbum Causa e Efeito com clássicos como "Traficando Informação". Uma briga de gênero aconteceu na faixa "Estilo Vagabundo II" entre Bill e Kmila, tudo na esportiva é claro, mas que fez mulheres e homens se empolgarem na pista, em um momento de total descontração no show. Mais uma prova da versatilidade de MV Bill, é a música "O Bonde não Para", um verdadeiro pancadão carioca, que ganha uma força absurda com o vocal grave de MV. Finalizando o show o rapper tocou “Só Deus pode me Julgar” e saiu bastante aplaudido, o que demonstrava a satisfação do público.


Fim do excelente show do MV Bill inicia-se no palco alternativo a apresentação da TDI, grupo de rep que representa a Região Metropolitana de Salvador. Bases convencionais e letras que relatam a dura realidade do bairro de portão, o grupo não agitou muito os presentes, porém foram bem recepcionados pelo público, que pareciam estar bem atento ao que os caras denunciavam em suas letras




Com um Wet'n Wild completamente lotado, como nunca visto antes num show de rep eles que com toda certeza são o grupo de rep com maior representatividade no cenário nacional, indiscutivelmente, Racionais MC's - http://www.myspace.com/racionais06 -. Na abertura do show, nada de Racionais, e sim uma música do grupo Rosana Bronks, que também faz parte do selo Cosa Nostra. Quando Mano Brown, Edy Rock e Ice Blue empunham seus mics e começam a cantar os clássicos do Racionais não tem quem não se emocione e sinta o coração bater mais forte. Clássicos como "Negro Drama", "Vida Loca I" e "Capitulo 4, Versículo 3", fazia todo mundo cantar, do cara que estava no camarote ao segurança que estava ali trabalhando, ou ao garçom do bar. É por isso que o Racionais MC's é o que é, por ter essa facilidade de agradar a gregos e troianos, é um grupo que tem um alcance enorme e usa bem isso. No final, como de costume, encerraram com "Vida Loca II", Champanhe para o ar e muita confraternização, esse é o verdadeiro clima Racionais.






Quase que colado com o show do Racionais, o grupo Da Rua sobe ao palco alternativo e sem deixar a peteca cair manda seu show, empolgando aqueles que ainda não estavam nem um pouco cansados de rep de qualidade. O vocal grave e sinistro é característica desse grupo surgido no Nordeste de Amaralina. Apesar do grupo Da Rua ter feito um excelente show, todas as expectativas eram para o próximo grupo que se apresentaria no palco principal, fechando esse evento espetacular que foi o Festival Hip Hop Resistência, Facção Central - http://www.myspace.com/faccaocentralrap -.



Ainda de cortinas fechadas o DJ aquece a pista com a faixa "Still Dre" do Dr. Dre & Snoop Dogg, ou seja, o clima gangstar estava no ar. Ao fim da faixa o rapper Eduardo profere algumas palavras, apresenta a banda e começa o show. O clima pesou na hora, isso não era nenhuma surpresa, o mundo é tenso e quem fala do mundo não tem como fazer massagem. Em músicas como "O Espetáculo do Circo dos Horrores" e "Hoje Deus anda de blindado", é perceptível todo ódio social nas letras do Facção Central, mas ouvindo o público cantar uníssono em músicas como "A Minha voz está no ar", percebe-se que esse ódio não é só do Facção, é de cada um dos ali presentes, que por algum motivo sente raiva/revolta de como funcionam (ou não) as coisas no país.



O resultado do Festival Hip Hop Resistência foi o melhor possível, um festival altamente organizado, com diversos atrativos e com um público que me impressionou e emocionou de uma forma como a tempos não ficava, tenho certeza que todas as periferias de Salvador estavam ali, nem que seja com pelo menos um representante de cada comunidade, mais certeza tenho que além da periferia os amantes do rep em geral estavam lá, e quem não foi perdeu um verdadeiro festival de Hip Hop, como o Hip Hop merece.



Obrigado Catita, Rafiuskis e toda galera do Pida pelo suporte e cortesia.

Resenha por: xDudux

Fotos: Fernando Gomes

Comentários

Anônimo disse…
o clima esquentou, hein?

Facção Central o black emtal do rap

réééé´´e

Andrei
Anônimo disse…
valeu veaado no proximo a gente cola e tomara que nao role churras!!!!!!! heauhaeae


rafuska
Eduardo disse…
Andrei: A chapa sempre esquenta.


Rafiuskis: Por isso que eu sempre digo: SEJA VEGETARIANO!

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