
Segunda Feira em Salvador é dia de muito agito cultural, e minha saga começa na Biblioteca Central, mais especificamente na Sala Alexandre Robatto com a Mostra de Documentários Musicais. Os documentários são curtos e por isso são exibidos todos de uma vez, sequenciados, acabei vendo todos e não me arrependi. Meu foco nesses documentários, era o Pânico em SP, documentários que mostra um pouco da vivência Punk da década de 80 aqui no Brasil, porém como acabei vendo todos vamos ao primeiro documentário exibido.
RUA DA ESCADINHA 162 - http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=1548 - foi o primeiro documentário a ser exibido, consiste num divertido e descontraído desabafo de Christiano Câmara, um colecionador de música do Ceará, que começa o documentário botando o dedo na cara da atual indústria fonográfica, e é detentor de frases memoráveis como "Não adianta querer botar meia sola na história não", com certeza Christiano Câmara tem vaga garantida aqui no Tomanacara, representou demais em seus relatos sobre a história da música nacional, totalmente sem massagem.
SEU MINERVINO E A VIOLA CAIPIRA - http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=3619 - Hora da moda de viola, roça, terra seca e galinhas por todo lado. O documentária mostra todo processo de produção de uma viola, fabricada pelo Seu Minervino completamente artesenal, à moda antiga, de forma carinhosa e cuidadosa. E com isso acaba mostrando um pouco do cotidiano da vida na Zona Rural, engraçado é que os sons emanados durante o processo de produção da viola acabaram servindo de complemento à trilha sonora do documentário.
Vamos ao terceiro documentário, VIVA VOLTA - http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=4815 - Imagens bucólicas e descrição poética do que é a música feita por Raul de Souza, trombonista renomado e de altissíma qualidade, que devido a falta de espaço no país para seu som resolveu tentar a vida nas gringas, com sucesso. O documentário relata sua volta ao Brasil, mais precisamente ao bairro de Bangu, no Rio de Janeiro onde trás todo um clima de nostalgia ao documentário, há espaço ainda para uma jam session de Raul de Souza e Maria Bethania num estudio, continuo a achar as músicas dela uma bosta, mas que voz foda!Perfeita!Não desafina em nenhum segundo.
A hora tão aguardada, hora do PUNK PORRA!!! PÂNICO EM SP - http://www.programadorabrasil.org.br/filme/213 - Ansioso pra caralho, vontade de começar a pogar ali mesmo na sala, mas me contive. Começou em grande estilo o documentário primeira música "Hey" (Forte e Grande é você) da banda Cólera. Pude perceber nas imagens que além de punx, haviam alguns skinheads de visu, e um trecho de uma apresentação da banda Ulster, com seu visual clássico encapuzados. Porra!!!Bom demais, pena que curtinho e me deixou com gostinho de quero mais, mas com certeza fez meu coração bater mais forte.
Último documentário: O MUNDO É UMA CABEÇA - http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=3220 - Esse foi um resgate dos primórdios do movimento cultural Mangue Beat, tendo como personagens pessoas e grupos importantes para esse movimento como: Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A (na época ainda com Otto na banda), Mestre Ambrósio, Mestre Salustiano (importante referência musical e cultural para as bandas do movimento). Otto à época estava num visual thrashêro demais, muito bom ver esses videos antigos por isso. O documentário se propõe a fazer um revival de toda história desse importante movimento, demonstrando todo o Faça você Mesmo da parada e como os caras mostraram ao Brasil uma cena musical totalmente nova e diversificada, com elementos do punk, reggae, MPB e música popular local. Engraçado foi ver Chico Science cantando "Macô" ao lado do jornalista pernambucano Roger, para quem se perguntava quem era ou onde estava "roger" na música "Macô", ele estava ali dirigindo ao lado de Chico.
Fim da mostra, agora rumo ao TCA para garantir meu ingresso para apresentação da banda Dubstereo na Sala do Coro, mas isso é assunto para próxima resenha. A Mostra de Documentários Musicais rola até dia 15/07, na sessão das 15:30 na Biblioteca Central, Sala Alexandre Robatto.
Comentários
achei os do punk e do chico os + "fracos" e "chatos", por incrível que pareça, pois fui lá pra ver + por causa do doc punk, mas depois de ouvir os sons das antiga do coroa (que muitas vezes tinha um discurso radiacal e ressentido, mas outras era um tiro certeiro), que tinha um acervo de dar inveja e me senti até envergonhado por conhecer pouca coisa do que ele falava lá, deu vontade de pesquisar +, curto pacas som das antiga...depois também que vi o som pesado daquela viola sertaneja, com o coroa fazendo o instrumento, eu que estudo a técnica fiquei de cara...também depois de ouvir o trombonista lá tocar lindamente seu instrumento a "pobreza" instrumental do punk e aqueles discursos me deram um pouco de impaciência, mas liberei, afinal aquilo era 1982 e o começo de tudo aqui no Brasil...pior é o povo ainda repetir tudo aquilo atualmente e um discurso reprodutivo, ao invés de "pensativo"...mas as imagens eram foda...gosto tb do visu da ulster...e tb vi um skin ou 2 por lá nas imagens, que por sinal, as imagens eram as melhores coisas no doc sobre o punk...e do chico eu gostei, mas teve uma hora que enchi...Chico era o catalisador de tudo aquilo, gosto muito dele, mas num tenho paciência pra nação sem ele...entendo a banda ter continuado sem, acho bom continuarem o trabalho, mas sem chico não tem o mesmo molho, a mesma graça....e nunca pirei em mundo livre, desde 1996, quando ouvi pela 1a vez...
eu ia até comentar no meu flog sobre os docs, mas num deu...ainda bem que alguém o fez...e bem!
15 de julho de 2010 11:26
Eduardo disse...
Bubute: Vai se fuder, foi os que eu mais curti, além do primeiro do côroa que representou mais que os punx! hehehehe Eu só não gostei muito do Pânico em SP, porque foi muito rápido, parecia que era documentário sobre Grind hahuhuahuahuahuahuahua
Porra, isso que fiquei de cara, a quantidade de coisa que o corôa tinha em sua casa, veyy...são décadas de conhecimento e cuidado pra juntar tudo aquilo, fiquei numa vontade da porra de conhecer o lugar, e a vitrola do sacaninha, old school!!!!Man, eu que não estudo fiquei, imagine...Nunca tinha visto ninguem fazer uma viola daquela forma, totalmente artesenal, e o som...putaquepariuuu!!!Claro né vei, aquela ao invés de fumar pedra ainda cheirava cola hahuahuahuahuauhahuahuhauhuaha veja o quanto era primária a parada. E porra, em termos de musicais e pra quem gosta de música realmente é um choque, tanto que na sala que eu tava tinha um senhor na frente, quando começou o Pânico em SP ele vazou heheheh É né vey..assim tem coisa que foi bem válida outras realmente fica como histórico e objeto de estudo, e outras mais ainda merecem ser descartadas, cabe ao receptor da mensagem filtrar de forma "adequada", mas tou ligado que você curtiu ver seus compas skins no video jejejejejejeahaauhah ...Ihhh mais uma viuva do Chico uhahuahuahua, eu gosto tanto antes como depois...acho que definitivamente são duas bandas diferentes. Eu pirava na época de Otto, que tinha umas pitadas de punk/hardcore, depois ficou cult/MPB demais pra mim.
Pelo menos comentou aqui, e seus comentários sempre perfeitos são bem vindos.
Valeu pelos elógios, nem sabia que tu ia nessa porra, que marcavamos pra ir juntos, acabei indo sozinho