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Cobertura: Festival Big Bands - Tarde Extremo

Texto: Andrei Junquilho

Fotos: Promos


Sábado 29/10/2011, contava as horas para a chegada de nossos vizinhos e amigos do Facada (CE) que após quase 6 anos longe dos palcos soteropolitanos volta para apresentar seu último trabalho, O JOIO, mixado, masterizado e lançado na Europa e com enorme repercussão no território nacional o que rendeu muitos shows com bandas como D.R.I, Misfits, Krisiun, Violator, RDP entre outras. Deixemos o falatório sobre o cd e comecemos a dissertar sobre o show, que é o que mais importa aqui nesse espaço midiático sem fins lucrativos e ideológicos rsssssssssssss!


Brincadeiras a parte, vamos “nóiz”. Já eram 16:30 horas quando vejo no visor do Aeroporto 2 e julho (Mané Luís Eduardo Magalhães?!) que o vôo de fortaleza para Salvador só iria chegar às 17:33 horas, creio que James (vocal Facada) me deu a previsão com base no horário de Fortaleza, já que lá não tem essa merda de horário de verão. Passado um bom tempo esperando, o avião já no pátio, os caras adentram o salão de desembarque e pegamos o asfalto para ida até o moto clube onde os rapazes executariam seu grindcore, isso mesmo: GRINDCORE. Escrevo em letras garrafais porque tem uma pá de “nêgo” aqui em SSA que se diz grinder, que toca, ouve, planta bananeira e bate palma, mas quando vai ver escuta é o goregrind. Se é pra ser radical, serei. Grind é punk, porra! Tá mais pra lá do que pra o metal, caralho! Paguei de revoltadinho. Acho que pra muitos essa resenha tava legal até eu dizer essas coisas (pra quem presenciou um lance lá, essa piada foi boa!).

Chegando ao espaço, o antigo Red Devils MC e atual Hell Angels MC, localizado em Brotas, bairro sem tradição em shows do segmento rock em geral, eis que estavam a se apresentar os anfitriões do evento, o Overturn - www.myspace.com/overturnrock -, banda que passeia entre o stoner e o rockão bem estilo caminhoneiro texano na boleia de uma Scania preta tomando Jack Daniels a cowboy com sua doze de cano serrado ao lado. Quem nunca assistiu o clássico Black Dog com Patyrick Swayze?! A Overturn conta com figuras conhecidas no meio por tocarem em bandas como Keter e Ulo Selvagem, e executou um set list bem trampado, pesado e apesar de, para mim pelo menos, a banda parecer nova (ando meio fora do circuito) o público estava frenético e agitando bastante ao som dos caras, que finalizaram o repertório com o cover de “Ace of Spades” do Motorhead.

Findado o show dos baianos, chega a hora do Facada (CE) - http://www.myspace.com/facadanagoela -. Para quem viu os caras em meados de 2006 naquela gig foda com o Inrisório (SE) no espaço insurgente (R.I.P) pensou que o Ari (guitarra) tivesse dado uma engordadinha, mas não, quem acompanha a banda sabe que nosso grande Ari (vulgo Xona) está no velho continente e a banda conta com a formação atual a dois anos, e quem assume a guitar é o Daniel (Plastic noir). O som não ajudava muito, mas deu pra sentir logo de cara que o show seria visceral e bruto. Se a banda anterior tinha uma pegada Black Dog, o Facada (CE) parecia estar tocando as trilhas dos maiores filmes de horror do planeta. Eles começaram com uma intro cheia de variações e emendaram logo em seguida com “podem vir, tu vai cair”, “apocalipse agora”, “9mm de redenção”, “os porcos comem o meu rosto”, socorro”. Na música “chovendo baratas”, o visionário baixista e vocalista James fala do fim e de como ele chegará para todos através de profecias anunciadas pelo trio mais poderosos do Nordeste, logo em seguida mandam “inferno do meio fio”, “Mazela (forró, futebol e Jesus)” e a ótima “6 sigma” lançada apenas na Demo. Pouca memória e em compensação muito gás, principalmente Dangelo, na minha humilde opinião um dos maiores bateras que eu já presenciei tocar, lembram-se de tocar o clássico “Set Fire in the Bomb”. isso mesmo! fogo na Bomba! Se o Cypress Hill visse a letra, com certeza iria querer tocá-la. E ao anunciar a belíssima poesia verde alucinante que abre apetite, James dedica a música a quem, assim como eles, detêm uma paixão incomensurável pelo morrão que fumega. Eu, particularmente não me utilizo dos benefícios do cânhamo, mas respeito às diferenças e gostos, e o Facada não está totalmente perdido, Daniel ainda salva, não no sentido maconheiro de usar o verbo salvar, mas sim no sentido de ser a exceção. Pois bem! O show segue com a porrada: “sangue desce igual a torneira”, “O Cobrador” (retirada do conto homônimo de Ruben Fonseca) e por fim eis que engatilham um coverzinho bacana dos endiabrados do Distrito Federal, DFC.: “Lucro é o Fim”. O público deve ter respondido ao cover com um certo estranhamento, não pude perceber, pois estava distante do palco, mas posso relatar isso com base no que sempre vemos nos shows soteropolitanos quando uma banda faz algo que não soe assim tão convencional. Showzaço dos caras, mas infelizmente fatos pequenos e isolados, e digamos um tanto quanto xiitas por parte de pessoas pequenas e com pensamentos menores do que elas, além de estarem totalmente embriagadas, reprimiram o gosto atípico (no local) da banda pela Cannabis, e juro a vocês, a “mina” quis voar no pescoço do James dizendo que o show para ela acabou no momento em que ele ofereceu a musica a quem fuma “unzin”. Grande merda, mas o show acabou pra mim naquele momento, senti vergonha por aquilo, senti repulsa e quis sair logo do espaço. Acho que os caras saíram do estado onde vivem, vieram de boa até Salvador para tocar para um público que 50% não os conhecia, pois quem gosta mesmo deles ficou em casa devido aos problemas que o bairro de Brotas tem com transporte público e pelo fato de confusões isoladas ou mesmo inícios de confusões como a que ocorreu por lá. Deixemos esse fato isolado e brochante de lado e voltemos à resenha do Big Bands. Esqueci de mencionar o nome do festival, acho que foi por não ter visto divulgação por parte do idealizador do festival e nem mesmo por ter visto ele por lá.


Acabam-se as bobagens, acaba o show do Facada e a minha vontade de permanecer no show. Começa o Clamus (CE) - http://www.myspace.com/clamusmetal -. Como eu já estava bem desanimado pelo ocorrido, não prestei muita atenção ao show, mas pelo pouco achei o som dos caras bem entrosado, mas em conversa com um amigo chegamos à conclusão que soava demasiado burocrático para nossos ouvidos. Repetitivo, talvez fosse o melhor adjetivo a se usar. É isso!


O Clamus e o Facada arrumam seus equipos e partiram para Vitória da Conquista (BA) onde estavam escalados no line-up do festival Suiça Baiana. Eu ia adorar ver o Facada(CE), Ratos de Porão e Emicida.

Comentários

Anônimo disse…
mais uma resenha minha

estarei com uma entrevista pronta
joão disse…
Maconha é discurso de idiota. Rock não tem nada haver com essas ideologias pessoais. Grande merda no local e ponto negativo.

João
Eduardo disse…
Discordo, acho que se você tem suas convicções e acredita nelas tem mais é que passar a frente, cabe ao receptor da mensagem filtrar o que é válido ou não pra si.

O que acho uma babaquice é um monte de bêbados chiarem porque o cara falou de maconha, na boa quem bebe realmente se acha mais limpo do que quem fuma maconha?
Andrei disse…
"quando os negros vieram de africa, trouxeram uma planta pra fazer defumação" Santa Kaya - Ponto de equilibrio.

Temos que aprender a respeitar as diferenças.
Concordo com Dudu. Tenho uma repulsa muito grande pelo Alcool. Meu pai morreu devido ao alcool e ao cigarro e esses matam muito mais do que a maconha. E por incrivel que pareça o alcool é a porta de entrada para outras porcarias como a cocaina. O alcool mata no transito, mata em casa. Acho o uso do alcool uma fuga e um retiro para os pseudos machos. Dou mais ponto aos verdadeiros amantes do canhamo do que a um belo apreciador de cerveja (lê-se pseudos vinkings).
Andrei disse…
Fora que o james não discursou, não promoveu o consumo. Simplesmente fez uma pequena e singela homenagem a quem realmente admira.

Acho que devemois respeitar o cara que quer chupar pau, comer cu ou dar cu, o bebado, o maconheiro, o sacizeiro, o satanista, o crente, o machista, a feminista. Temos qeu parar com esse discurso de achar que somso melhores que alguem, pq não somos.
João disse…
Eu acho que o respeito começa com você respeitando a minha opinião. Eu respeito o que você falou e concordo com tudo. Mas, não vejo uma ponte entre Ideologias e drogas. Se alguém faz uso disso para valer a sua criatividade, fique para si. Eu não quero saber se você escreveu a grande letra da sua vida entorpecido de alguma porcaria.

João
Eduardo disse…
João: Eu respeito, só tenho uma visão diferente, por isso disse que discordava. Acho que está confundindo o fato de respeitar e aceitar, eu não aceito sua opinião, mas acho que cada qual tem a sua, a minha por exemplo é divergente.

Rapaz, eu acho que se for observar o real significado da palavra IDEOLOGIA, qual seja: "ideologia (i-de-o-lo-gi-a) s. f. Ciência que trata da fôrmação das idéias.
Conjunto de idéias próprias de um grupo, de uma época, e que traduzem uma situação histórica", o cara defender o uso e/ou a legalização da ganja é uma ideologia.

E por fim, como já disse se é algo que a pessoa acredita e acha válido passar pra frente é uma escolha dela, cabe a você filtrar o que lê ou ouve.

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